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Ossadas não serão de Luís de Camões
in Correio da Manhã, 2011.Junho.10 | SOFIA CANELAS DE CASTRO
A tese não é nova mas volta agora a ser defendida por Vítor Aguiar e Silva, especialista em estudos camonianos, que diz que, “com grande probabilidade, as ossadas guardadas no mausoléu dos Jerónimos não são de Camões”.
Em páginas referentes a Luís de Camões, refere-se isso mesmo. Após relembrar o rumo do corpo do autor de 'Os Lusíadas' – desde o seu sepultamento, em 1580, na Igreja de Sant’Ana (Lisboa), até à trasladação para os Jerónimos –, salienta¬-se que “a ossada depositada em 1880 numa tumba no Mos¬teiro dos Jerónimos é, com toda a probabilidade, de outra pessoa”.
Aguiar e Silva reforça ainda que, “no estreito rigor histórico”, nin¬guém sabe ao certo onde estão os restos mortais do poeta. Afinal, além de “não se saber exactamente onde foi colocado o cadáver, se dentro ou fora de igreja ou até numa fossa”, três séculos passaram até à trasladação. E, pelo meio, o terramoto de 1775 provocou grande destruição na igre¬ja e área envolvente. À data da tras¬ladação, em 1880, formou-se uma comissão encomendada por Rodrigo da Fonseca, ministro do Reino, para encontrar as ossadas de Ca¬mões e lhes dar última morada con¬digna. A própria comissão, no rela¬tório final, admite que alguns dos ossos encontrados “eram pois sem dúvida de Luiz de Camões; mas quaes, se nem era possível distin¬guir a sepultura”.
“É uma dúvida antiga, que sempre subsistiu, ainda que não retire o valor simbólico do túmulo”, frisa ao CM Gonçalo Couceiro, director do IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Ar¬queológico (que tutela o Mosteiro dos Jerónimos), lembrando um poema de Jorge de Sena. “Nada tereis, mas nada: nem os ossos, que um vosso esqueleto há-de ser buscado, para passar por meu”; lê-se no final de ‘Camões dirige-se aos seus Contemporâneos’. *COM LUSA
(A imagem é retirada de http://camoes9a.no.sapo.pt/biografia.htm)
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